Nem como Zômbis nos safamos
“É vital para os EUA e seus Aliados terem uma população que não seja composta por Zômbis ou que não esteja debaixo da sua influência”, CONPLAN 8888-11 (U).
“PREPARE-SE! Abasteça-se já para o Apocalipse Zombi comprando as munições Zombie Max da Hornady! Com as balas PROVEN Z –Max a morte passa a ser permanente”, anúncio da Hornady.
“Não é pois de admirar que aos olhos das autoridades qualquer cidadão comum apareça como terrorista”.
Sempre encarei como diversão de miúdos o ‘culto’ que se tem vindo a estender sobre os Zômbis e ‘mortos-vivos’, um aproveitamento de instintos muito básicos como forma de se ganhar dinheiro, preenchimento de espaços livres em cadeias (que termo bem aplicado) de espetáculos, ou como ‘moda’ que acabaria por passar.
Só que deparei com um documento do Departamento de Defesa dos EUA, abreviadamente intitulado CONPLAN 8888-11 (U) “Counter-Zombie Dominance”, onde é gizado um plano de contingência para ser usado como base para o planeamento de uma Ação de Crise motivada por ameaças de Zômbis à segurança dos humanos.Na situação político-militar, os Zômbis são definidos como “horrivelmente perigosos para toda a vida humana, tendo as suas infeções o potencial para por em risco a segurança nacional e as atividades económicas que sustentam o nosso modo de vida. Consequentemente é vital para os EUA e seus Aliados terem uma população que não seja composta por Zômbis ou que não esteja debaixo da sua influência”.
Procede depois à classificação dos vários tipos de Zômbis (patogénicos, de radiação, vindos do espaço, de origem vegetal, de galináceos, etc.) e às formas de combate-los. Conclui especificando que “a única forma que as forças táticas têm para efetivamente provocar danos mortais entre os Zômbis é com a utilização de disparos de balas apontadas à cabeça, especificamente ao cérebro. O cérebro humano continua a funcionar quando em estado de Zombi […] A única forma de nos assegurarmos que o Zombi está ‘morto’ é queimando o seu corpo”.
Chama ainda a atenção para a segurança da infraestrutura médica avisando que a interação com Zômbis poderá criar fatalidades entre os humanos, dependendo da fonte de zombismo. “Nos casos em que o zombismo se manifestar lentamente, os humanos poderão procurar cuidados médicos nos hospitais e clínicas locais. Só que esses locais acabarão eles próprios por serem fontes de zombismo, o que tornará inúteis os hospitais, causando inclusivamente casualidades irreparáveis entre o corpo clínico e outros membros. Adicionalmente, os Zômbis mutantes nos hospitais acabarão por impedir o aceso dos humanos aos cuidados médicos necessários para a sua sobrevivência”. Conclusão: guerra sem quartel aos Zômbis.
Existem já firmas a comercializarem armas e munições especiais para matar Zômbis. A Hornady Manufacturing Company é uma delas e tem publicado um anúncio onde se pode ler:
“PREPARE-SE! Abasteça-se já para o Apocalipse Zombi comprando as munições Zombie Max da Hornady! Com as balas PROVEN Z –Max a morte passa a ser permanente.”
Mas, se não há Zômbis, para que serve o plano? Ou será que há Zômbis?
O medicamento mais vendido nos EUA não é nem o Viagra, nem o Prozac nem o Percocet. É o Abilify, um antipsicótico. Nos EUA para que um medicamento venha a ser ‘top seller’ tem de ser caro e amplamente usado. O que é o caso do Abilify: “É o décimo quarto nome de medicamento mais receitado, ao preço de $30 por comprimido. As vendas anuais são superiores a $7 biliões, um bilião a mais do que o medicamento que se lhe segue.”
Para além das críticas e dúvidas de grande parte do corpo clínico sobre a efetividade da utilização de drogas psiquiátricas com a finalidade de corrigir desequilíbrios químicos, há aqui outros problemas que devem ser considerados.
Embora a administração de uma droga tão poderosa como o Abilify “possa fazer sentido para aquilo que é o seu uso primeiro (os anti psicóticos como o aripiprazole são administrados para pessoas seriamente doentes, como por exemplo com esquizofrenia), não se entende como é que sendo o Abilify um primo da Thorazine consiga ser a droga mais lucrativa da América”.
Os possíveis efeitos colaterais previstos na bula vão desde “movimentos incontroláveis do rosto, língua, e outras partes do corpo, que poderão fazer parte de uma condição séria de uma condição conhecida como ‘tardive dyskinesia’ (TD). A TD pode não passar, mesmo se deixar de tomar ABILIFY. A TD pode voltar de novo mesmo depois de deixar de tomar ABILIFY”, até à possibilidade do aparecimento de “febres altas, rigidez de músculos, confusão, suores, alterações de pulsação, batimentos cardíacos e pressão sanguínea, que podem levar a uma condição chamada de ‘neuroleptic malignant syndrome’ (NMS), uma doença rara que pode levar à morte”.
Na busca desesperada da tranquilidade e paz através de uma embalagem de comprimidos, não se olha a custos e a riscos. Todos os dias, só nos EUA, 7.000 pessoas são tratadas nos serviços de urgência por sobredosagem de analgésicos, ou seja, perto de dois milhões por ano. Dessas, morrem44 por dia. E o problema é que “as doenças mentais na América não mostram sinais de abrandar […] Devíamos esperar que o número dos doentes com incapacidade mental, numa base per-capita, tivesse diminuído nos últimos cinquenta anos, em vez disso, à medida que a revolução da psicofarmacologia se foi desenvolvendo, o número de pessoas incapacitadas mentalmente foi aumentando espetacularmente”.
Os anti psicóticos estão a ser largamente utilizados para ‘resolver’ problemas que vão desde a esquizofrenia até à simples insónia, passando perigosamente também a serem receitados às crianças (83.000 receitas de Prozac e 20.000 de Risperdal a crianças de menos de 2 anos) na tentativa de resolução de problemas relacionados com as desordens hiperativas de défice de atenção e outros.
No que diz respeito ao Abilify, a Food and Drug Administration (FDA) diz-nos que não faz a mínima ideia porque é que ele é efetivo. Segundo o que consta no rótulo de cada embalagem “O mecanismo de ação do aripiprazole … é desconhecido. Contudo, a eficácia do aripiprazole pode ser mediada através de uma combinação parcial da atividade dos recetores D2 e 5-HT1A e … etc, etc.”
Ou seja, milhões de americanos tomam uma droga anti psicótica que nem mesmo a comunidade científica sabe como é que ela produz efeitos.
Se isto não constitui a maior prova de insanidade de uma população anda lá perto.
Como cortesia da multibilionária indústria farmacêutica, a população americana está a transformar-se numa população de Zômbis andantes e quimicamente drogados. Não é caso para o Pentágono se preocupar?
Mesmo que tal preocupação nos seja apresentada como um simples exercício teórico, só existir essa preocupação por parte do Pentágono é mais que suficiente para amedrontar esta sociedade que é de si talvez a mais dócil e cobarde das que têm existido.
Estamos perante uma sociedade que permitiu e legislou autorizando que lhe fossem impostos todos os controles de dados biométricos que foram inventados no século XIX e na altura somente usados para a identificação dos criminosos reincidentes, permitiu e autorizou a transformação dos espaços públicos das cidades em interiores de uma imensa prisão através da vigilância de vídeo câmaras. A vida e as opções de cada um fazem parte de um sem número de ficheiros a que as autoridades têm acesso. Não é pois de admirar que aos olhos dessas mesmas autoridades qualquer cidadão comum apareça como terrorista.
Bom Natal.