(281) Dos panos e das nódoas: Sérgio e os dois Anteros.
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Antero, um homem genial, um monge cristão, que teve o azar de ser capturado pela doença e pelo pessimismo, “o mais nosso amado entre os escritores portugueses”, o percursor em Portugal, do novo espírito, o “movimento idealista”, António Sérgio.
Não há em Antero uma página de reflexão rigorosa, de análise apurada, de ensaísmo estrito: e é o ensaísmo o que define o filósofo no sentido teorético da respetiva noção, não sendo, portanto, um verdadeiro filósofo, o mesmo António Sérgio.
Qual será a validade de atribuir interpretações filosóficas sobre a vida com base em textos poéticos? […] Os objetos mundanos nunca são o que parecem, e a intencionalidade do texto poético busca mesmo contraditar a lógica cognitiva da perceção, Cândido Pimentel.
Há uma observação popular portuguesa muito interessante que diz que “no melhor pano cai a nódoa”, e que julgo ter aplicação universal, não só aos panos como às pessoas, a todas as pessoas independentemente do estrato social e intelectual a que pertençam.
Intencionalmente ou não, por feitio, escorregadela, distração, mal-estar momentâneo, ou por pressa, vida atarefada ou falta de tempo, ou qualquer outro motivo incluindo até mesmo pelo tempo já vivido, basta um pequeno descuido, e zás, lá cai a nódoa.
António Sérgio (1883-1969), pensador, político, ensaísta e polemista brilhante com vasta obra publicada, desde muito cedo grande admirador de Antero de Quental (1842-1891), o que é confirmado pelas suas precoces “Notas sobre os Sonetos e as tendências gerais da Filosofia de Antero de Quental “ (Sérgio, 2001), bem como pelos inúmeros escritos que lhe foi dedicando e ainda, pelos encómios com que o saúda como homem genial, um monge cristão, que teve o azar de ser capturado pela doença e pelo pessimismo, “o mais nosso amado entre os escritores portugueses” (Sérgio, 1972, p.31), o percursor em Portugal, do novo espírito, o “movimento idealista” ou o “movimento metafísico-construtivista” (Sérgio, 1971, p.104).
É nessas “Notas sobre os Sonetos e …” que primeiro aparece a insinuação sobre aquilo que seria a passagem do Antero filósofo ao homem, da inteligência do intelectual para a sensibilidade de um grande enfermo, como fruto da passagem do vocabulário de Hegel para o vocabulário de Schopenhauer.
Mas vai ser em 1934, no texto “Os dois Anteros (O Luminoso e o Nocturno)”, incluído no volume IV dos “Ensaios”, que Sérgio vai expor pela primeira vez explicitamente (Sérgio, 1972, p.131) a sua grande tese sobre Antero, a saber:
Que as obras de Antero refletem a visão de duas personalidades distintas, irredutíveis e paralelas que o acompanham sempre, uma luminosa e apolínea correspondente à sua fase filosófica, e outra noturna e romântica correspondente à sua fase angustiada e metafísica.
Uma dicotomia sucessivamente verificada entre o Apolíneo e o Noturno (ou Romântico), o filósofo e o homem, o racionalista e o romântico, o saudável e o doente, o ordenado e o dissoluto, o responsável e o irresponsável (Sérgio, 1972, p.131).
Dito isto, e antes de entrar na base do que viria a ser a explanação da sua tese, não se retrai Sérgio em nos informar que as tais designações que atribuiu a Antero são apenas mera comodidade de uma fantasia sobre a existência de dois Anteros.
Para Sérgio, são nos “Sonetos” que mais se verificam as características românticas de Antero. Num estudo que pretende profundo, propõe a divisão destas obras em cinco períodos: o primeiro entre 1860-1862, o segundo entre 1862-1866, o terceiro entre 1864-1874, o quarto entre 1874-1880 e o quinto entre 1880-1884.
Sobre o primeiro período, concluirá que quase todos os sonetos são noturnos, uma vez que os temas recorrentes são sobre a transcendência de Deus e a exaltação do Amor para além da morte.
Sobre o segundo período, concluirá que a maioria dos sonetos são românticos, versando sobre o amor e as suas angústias, o desejo de voltar a ser criança regressando à segurança de uma mãe; e contudo é neste período que surgem alguns dos sonetos mais luminosos que levam Sérgio a considerar Antero “uma afirmação magnífica e insuperável, um humanismo heroico e intelectualista, e decerto o mais alto, luminoso cume, a que subiu a poesia no nosso país [, depois de Camões]” (Sérgio, 1972, p.136).
Justifica-se Sérgio dizendo que a única forma que teria para obter nos “Sonetos” um ciclo apolíneo seria a de artificialmente sobrepor dois períodos, o segundo e o terceiro, colocando neste segundo período “umas tantas poesias não apolíneas, as quais, cronologicamente, deveriam ir para o terceiro” (Sérgio, 1972, p.133).
Entramos assim, no terceiro período, forçosamente tido como apolíneo na sua totalidade, no qual surgem temas como o da ascensão para a luz, o combate pela justiça, o heroísmo do revolucionário, a afirmação do Deus imanente, e outros nos quais a razão e a inteligência estão sempre presentes.
Sobre o quarto período, Sérgio considera-o indefinido na medida em que podendo ser considerado todo como romântico e noturno, um dos sonetos é sobre o Amor que domina a morte, o que é nitidamente apolíneo.
Chegado ao último período, Sérgio diz ser ele “uma alternação dos dois Anteros” (Sérgio, 1972, p.140), uma tentativa de conciliação do escuro da noite com o claro do sol: desde um transcendentalismo em que o espírito paira a tudo indiferente, até um imanentismo em que o espírito habita a imensidade, impelindo-a para dentro da consciência; e de novo, o derradeiro ciclo encerra com sonetos noturnos, sobre a morte, a desistência e o regresso ao colo da mãe.
A todos estes períodos, junta ainda Sérgio o que vai de 1863 a 1875, onde inclui todas as poesias apolíneas, num período “heroico, viril, de apostolado social e de combate” (Sérgio, 1972, p.133).
Continua depois, para melhor elucidação da sua tese, com a análise de uma conclusão de Antero nas Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX segundo a qual “o não-ser é o ser único absoluto, a plenitude e a perfeição do ser” (Sérgio, 1972, pp.131-132).
Estranhamente, esta citação feita por Sérgio, não corresponde exatamente à de Antero que era: “O limitado […] dissolve-se nalguma coisa de absoluto, […]: transição do ser para o não-ser, que equivale, […] à plenitude e perfeição do ser”.
Sérgio vai julgar esta conclusão como não tendo fundamentação filosófica, acrescentando não passar ela de uma justificação artificial das ideias de suicídio, uma nota de escuridão num texto tão luminoso.
Atribui-a a uma interpretação menos feliz que Antero fez de Hegel, pois da noção de não-ser como plenitude e perfeição do ser, não se poderá passar para o elogio e adoração da morte; significa apenas que a ideia se dilui acabando por se transformar na ideia contrária, donde “A realidade, portanto, não é o não-ser (como pretende Antero), assim como não corresponde à ideia de ser, senão que é a correlatividade das duas noções (a “síntese” das duas, se assim o quiserem), que é a de devir. O que devém (o que vai-sendo) é e não é um mesmíssimo tempo; e a realidade, para o pensar de um Hegel (a dar-se o caso que o interprete [eu] bem), é precisamente esse devir. Corresponde à união de ser e não-ser, e não ao não-ser, tomado só” (Sérgio, 1972, p.146).
Para exemplificar, apresenta o caso de uma folha constituída pelas páginas opostas, em que nenhuma delas é a perfeição da folha, em que, portanto, a realidade não se encontra em nenhuma das páginas, mas tão-somente na união indissolúvel das duas páginas, só assim sendo pensáveis.
Da mesma forma, o conjunto das nossas ideias, pré-existe a cada uma delas, que não são mais do que as faces do conjunto. Donde conclui ser o todo anterior às partes.
Descarta assim os postulados estáticos de ser e não-ser, substituindo-os pelo conceito de devir, único meio para se chegar aos outros. O que implica que o processo dialético não possa ser sectorizado e tripartido, partindo da fórmula da tese-antítese-síntese, mas antes inserido numa filosofia relacional, por uma união indissociável de todas as partes que compõem o todo.
E abre um parêntesis para afirmar “[Quanto à dialética da negação, pareceu-me sempre infantilidade, por isso que a negação não determina nada: afirma o diferente (indefinido) e não o contrário] (Sérgio, 1972, p.147).
E contudo, Sérgio sabia bem que Antero com aquela conclusão não estava a fazer um elogio de adoração à morte, mas antes a falar sobre a “função moral da ideia da morte, do conhecimento da nossa morte” (Sérgio, 1972, p.151) e que esse reconhecimento intelectual da necessidade da morte levaria a “uma aceitação viril, raciocinada, calma (numa atitude forte, estoica, luminosa, ativa) do termo da existência de cada um de nós” (Sérgio, 1972, p.151), contrariamente ao que se insinuava nos Sonetos onde o desejo da morte aparecia como um cansaço, um pesar, um tédio, uma atitude noturna.
Estas perturbações românticas na moral e na metafísica, são atribuídas por Sérgio às influências de von Hartmann (para Sérgio, o Antero noturno enquadrava-se perfeitamente na filosofia do inconsciente de Hartmann em que, resumidamente, Deus é o inconsciente absoluto, o criador do Mundo, o elemento ativo vital e incondicionado, pelo que quando Antero fazia o elogio da morte, do sonho e da fé, mortalha do pensamento, em que a ânsia da busca de Deus se inscrevia numa tentativa para alcançar o esquecimento total e absoluto e a dissolução da personalidade) e Schopenhauer, não deixando de notar que as influências exercidas são menos criadoras que reveladoras, na medida em que iluminam tendências que já existiam nos influenciados: assim, as influências de Hegel e Proudhon são reveladoras do Antero apolíneo e as de Hartmann e Schopenhauer revelam o Antero noturno.
Depois, a propósito da fase apolínea de Antero nos “Sonetos”, nota que ela corresponde à substituição da fé revelada pela fé filosófica, passando da transcendência à imanência, o que vai levar Sérgio a uma longa dissertação sobre a filosofia do lá que reflete a conceção transcendente, e a filosofia do cá baseada na imanência.
É filosofar para lá, tudo o que seja associado à imaginação sensível, ao conhecimento classificativo, à transcendência. É filosofar para cá, tudo o que tiver a ver com a interioridade e o espírito, a inteligência pura e a imanência.
E utilizando os mesmos critérios de análise das poesias de Antero, conclui existir “uma mesma coincidência de opostos que já vimos no problema do ser e não-ser. As tendências noturnas do espírito enfermo (se eu acaso não erro) nunca foram superadas completamente pelo esforço do filósofo na sua obra apolínea” (Sérgio, 1952, p.158).
Do atribulado e confuso desenho dos períodos em que se mete António Sérgio para defender a existência dos dois Anteros, o que Sérgio deveria ter reconhecido é que nenhum período é totalmente puro, que os Anteros produzem indistintamente ao sabor da vida, uns dias melhor outros pior, flutuando possivelmente mesmo ao longo da jornada.
Daí que os seus considerados períodos entram uns nos outros, propositadamente alterados por Sérgio para caberem na estrutura previamente aceite, a que se sobrepõe um outro período não contemplado e que percorre vários outros períodos, pelo que só podem ser definidos como inconclusivos.
Mas, eis o problema mais importante: qual será a validade de atribuir interpretações filosóficas sobre a vida com base em textos poéticos, quando sabemos que no seu universo de “jogos metafóricos de linguagem, os seus efeitos encantatórios e outros aspectos tensionais da estrutura verbal, como combinatórias rítmicas, com ou sem recurso ao metro, e desvios linguísticos […] os objectos mundanos nunca são o que parecem”, e que “a intencionalidade do texto poético busca mesmo contraditar a lógica cognitiva da percepção” (Pimentel, 1997, p.28)?
Só que para Sérgio “A ideia, junta ao sentimento, sai da acção e volta à acção: é assim que se pode dizer que a poesia é a verdadeira realidade” (Sérgio, 2001, p.142), pelo que separar o sentimento da inteligência constitui um erro na especulação.
Infelizmente, ao longo desta obra, Sérgio incorre ainda em vários enviesamentos. Por exemplo, ora nos diz que Antero “interpreta a rigor o pensamento hegeliano” (Sérgio, 1972, p.132), como, a propósito do mesmo tema, escreve “Supunha Antero, neste lance, coincidir com um tema do pensamento do Hegel? Talvez; talvez o quisesse; duvido, porém, de que seja essa, apesar da identidade da expressão verbal, uma exata interpretação do hegelianismo” (Sérgio, 1972, p.146).
Também para explanar a sua teoria do devir e contraditar Hegel, interpreta incorretamente Antero no que considera ser o elogio da morte. Sérgio sabia muito bem não ser essa a intenção de Antero, como mais à frente vem a demonstrar.
A sua oposição ao não-ser expresso por Antero e a sua explicação respeitante ao devir, resulta da sua ideia de uno unificante, arreigada em si desde muito cedo, exigência prévia e anterior à unidade do eu, condição para o entendimento do mundo, que lhe vai servir de alicerce para a inteligibilidade do real, para o seu racionalismo otimista; é por própria iniciativa que questiona e responde, sabendo que á medida que questiona e responde vai constantemente alterando o seu conhecimento da real.
Dualidades como o do ser e não-ser são coisas claras que se explicam com a folha de papel com duas páginas através do devir, notando que a dialética da negação não passava de uma infantilidade, porquanto a negação não determinava nada: “afirma o diferente (indefinido) e não o contrário” (Sérgio, 1972, p.147).
Diz ainda Sérgio sobre Antero, não haver nele “uma página de reflexão rigorosa, de análise apurada, de ensaísmo estrito: e é o ensaísmo o que define o filósofo no sentido teorético da respetiva noção” (Sérgio, 1972a, p.132), não sendo, portanto, um verdadeiro filósofo.
Curiosamente, Pedro Mesquita, diz que “António Sérgio jamais consolidou um sistema de pensamento, no sentido rigoroso da palavra” (Mesquita, 2001, p.19), e “manteve sempre com a filosofia uma relação instrumental, prolongando nela as batalhas que julgava traduzirem a este nível o seu combate fundamental” (Mesquita, 2001, p.11).
Pelo que esta obra, “Os dois Anteros (o Luminoso e o Nocturno)”, permite certamente carrear mais um pouco de luz sobre Sérgio do que sobre Antero.
SÉRGIO, António
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--------- (1943) Um problema anteriano (sobre a Ideia e a Realidade do Desprendimento activo na Peregrinação Moral do Autor dos Sonetos), Edição do autor, s. d.
--------- (1943a) Odes Modernas de Antero de Quental, organização, prefácio e notas de António Sérgio, Ed. Couto Martins, Lisboa, 1943.
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--------- (1971) “Ciência e educação”, in Obras Completas: Ensaios, Tomo I, Livraria Sá da Costa, Lisboa,1971.
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--------- (1972a) “Em torno da “ilusão revolucionária” de Antero, in Obras Completas: Ensaios, Tomo V, Livraria Sá da Costa, Lisboa, 1972.
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QUENTAL, Antero de
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--------- (1931) “Ensaio sobre as bases filosóficas da moral ou filosofia da liberdade”, in Prosas III, Imprensa da Universidade, Coimbra, pp. 164-179.
--------- (1983) Odes Modernas, prefácio de Nuno Júdice, Ulmeiro, Lisboa, 1983.
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--------- (1995) Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX, apresentação e comentário por Leonel Ribeiro dos Santos, Editorial Presença, 2ª edição, Lisboa, 1999.
PIMENTEL, Manuel Cândido
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--------- (1993a) “O conceito anteriano de “Filosofia”, in Pimentel, Manuel Cândido, 1993, pp. 15-41.
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MESQUITA, António Pedro
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