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Os Tempos em que Vivemos

Um olhar, uma tentativa de compreensão sobre algumas coisas que são vida.

Os Tempos em que Vivemos

Um olhar, uma tentativa de compreensão sobre algumas coisas que são vida.

(176) O amor segundo Paulo

Tempo estimado de leitura: 3 minutos.

 

 

A passagem do grunhir para a fala como grunhido entendível pelos demais membros do grupo, parece ter demorado algum tempo.

 

 Há quem defenda, por exemplo, que o amor tal como o entendemos hoje, só apareceu com os trovadores da Idade Média.

 

Há quase dois mil anos (muito provavelmente no ano 55), o apóstolo Paulo, escreveu sobre o amor o que se pode ler no Capítulo 13 da 1ª Carta aos Coríntios.

 

 

 

A passagem do grunhir para a fala como grunhido entendível pelos demais membros do grupo, parece ter demorado algum tempo. A fase que se lhe seguiu foi fazer com que a fala conseguisse transmitir um conceito (adquirido ou pré-existente) que também viesse a ser entendível pelo grupo, ou pelos grupos mais alargados que se iriam formando. Conceitos estes que supomos tivessem que ver com as limitações que eram postas e impostas pela vida prática.

Dada a complexidade desta co-elaboração, foi lento o desenvolvimento da racionalidade, acabando por se criar como que um quadro de conceitos que se manteve relativamente fixo. O que fez com que ao longo dos tempos se fossem utilizando esses mesmos conceitos, mas com atribuições diferentes.

 

É assim que as nossas peças de teatro, filmes e séries de televisão, mais não passam de variações de comportamentos humanos já todos anteriormente tipificados nas tragédias, dramas e comédias da literatura da Grécia Antiga e do Antigo Testamento.

É o que parece também acontecer com o conceito de amor e paixão. Muitas e variadas têm sido as obras que se dedicaram a estes temas, na tentativa da sua explicação e aparecimento. Há quem defenda, por exemplo, que o amor tal como o entendemos hoje, só apareceu com os trovadores da Idade Média. Invocam para isso o início da dedicação de versos e canções  às damas da Corte, o que até pode ter uma justificação materialista: é nessa época que as terras começam a poderem ser herdadas pelas filhas.

 

O quadro dos conceitos parece, assim, não ter sofrido grandes alterações, havendo apenas uma mudança de sujeito. Como se verá, o exemplo  abaixo apresentado, contém já toda a formatação da expressão dos sentimentos atualmente utilizados quando desejamos dar a conhecer a alguém o que é o “amor”, só que neste caso esses sentimentos são para com um deus e não para um ser humano.

 

 

Há quase dois mil anos (muito provavelmente no ano 55), o apóstolo Paulo, escreveu sobre o amor o que se pode ler no Capítulo 13 da 1ª Carta aos Coríntios:

 

 

 

“Se nas línguas dos humanos e dos anjos eu falar, mas amor não tenho, bronze ecoante ou címbalo ruidoso me tornei.

E se eu tiver profecia e souber todos os mistérios e todo o conhecimento; e se eu tiver toda a fé a ponto de mover montanhas, mas amor não tenho, nada sou.

E se eu transformar em comida para os que têm fome todos os meus bens e se eu entregar o meu corpo para que me vanglorie da minha própria coragem, mas amor não tenho, de nada sirvo.

O amor é paciente, prestante é o amor: não inveja, não fanfarrona, não se incha de vaidade;

não é indecoroso, não procura as coisas que são do interesse dele; não se irrita nem contabiliza o mal que lhe é feito;

não se alegra com a injustiça, mas alegra-se pela verdade.

Tudo aguenta, tudo confia, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha. Se existem profecias, elas serão anuladas.

Se existem línguas, cessarão. Se existe conhecimento, será anulado.

Pois o nosso conhecimento é parcial e parcial é a nossa profecia.

Quando vier o perfeito, o parcial será anulado.

Quando eu era criança, falava como uma criança, pensava como uma criança, contava como uma criança. Mas quando me tornei homem, anulei as coisas da criança.

Pois nós vemos agora através de um espelho enigmaticamente; mas depois, será cara a cara. Agora conheço as coisas parcialmente; mas depois conhecerei na medida em que também eu fui conhecido.

O que fica agora é: fé, esperança, amor -estas três coisas. Mas desta a maior é o amor.”

 

 

 

Tradução que se pode ler em Frederico Lourenço, Bíblia, volume II, Novo Testamento, Apóstolos, Epístolas, Apocalipse.

 

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